quinta-feira, 16 de julho de 2009

Test-drive elétrico

Baixo custo, zero de emissão de poluentes, sem ruídos e versatilidade no trânsito: o futuro pertence aos compactos elétricos. A Coelce trouxe dois, um para pesquisas e outro para deslocamento de funcionários em atendimento a grandes clientes. No caminho para o test-drive do primeiro carro elétrico a chegar ao Brasil pensei: estamos vivenciando um momento histórico. Em poucos anos o motor a combustão, que dominou a indústria durante um século, vai acabar, gradativamente. Enquanto isso não acontece, os carros híbridos (que tem motor a combustão e elétrico ao mesmo tempo) já fazem sucesso nos Estados Unidos, Japão e Europa. Por enquanto os exclusivamente elétricos ainda não estão à venda em grandes volumes, pois pesquisas estão sendo desenvolvidas para que a questão da autonomia seja melhor resolvida, para que os condutores possam trafegar em distâncias maiores que 100 quilômetros. A questão da duração de recarga das baterias também é outro ponto crucial: hoje para carregar totalmente uma bateria de carro são necessárias, no mínimo, oito horas. Mas ao ver o Reva, todo esse pensamento se desfez e a emoção tomou conta. O carro é pequeno, compacto, parece até de brinquedo. Ele é menor que o Smart for two e me fez lembrar de outro indiano, o Nano, o mais barato do mundo (custa US$ 2 mil dólares). Seu tamanho: 2,63 m de comprimento - 7 cm a menos que o Smart -, 1,32 m de largura e 1,51 cm de altura. Seu interior é básico, não tem requinte, mas em seus bancos de couro podem ir confortavelmente dois adultos. No banco traseiro cabem duas crianças, ou um adulto, desde que se acomode de lado. E é lá, embaixo do banco traseiro, que está o segredo do Reva: suas baterias recarregáveis, que representam uma revolução na forma de se relacionar com um veículo no mundo. Ar-condicionado, direção hidráulica e travas elétricas fazem parte do carro de série. Ele não tem vidro elétrico. Quanto ao câmbio, outra surpresa boa. Ele é automático, e não tem manoplas para mudança de marcha e sim um botão giratório, localizado no lado esquerdo do volante. São quatro opções: N (Neutro), R (Ré), F (uma marcha mais lenta) e a B (marcha com mais força de arranque). Dois pedais: freio e acelerador. A posição de dirigir é boa, com ampla visibilidade na frente e atrás. Seus pneus têm aro 13. Versátil A chave na ignição é comum, mas ao virá-la outra surpresa: nenhum ruído no motor, o que dá a impressão de que o carro não está ligado. Ligo também o ar-condicionado e aí sim, o barulho das saídas de ventilação invade a cabine. Engato a marcha e saio. Versátil, sinto a falta de potência, mas nem assim a experiência de dirigi-lo deixa de ser gratificante. Por causa de seu tamanho e baixo peso (600 quilos, sendo 220 kg só de baterias), é esperto no trânsito e não atrapalha a fluidez normal nas ruas. Nas retas sua velocidade desenvolve bem. Já nas curvas seu tamanho não transmite uma sensação de segurança em velocidades acima de 60 km/h. Mas abaixo delas, tudo ok. A primeira impressão ao pisar o freio difere do normal. É preciso mais pressão no pedal. Impressiona a facilidade de manobrar e o esterçamento do volante. Sem contar que para estacionar é uma moleza. Pode chegar a velocidade máxima de 80 km, num motor equivalente a 8 cv de potência. Pesquisas O responsável por nos apresentar a pequena jóia foi Odailton Silva de Arruda, que faz parte do setor de Inovação, Pesquisa &Desenvolvimento e Eficiência Energética da Coelce. Ele convive com o Reva a 20 dias. "Seu conceito é diferente, é ágil no trânsito e sua mobilidade dá destaque no trânsito", garante. Segundo o especialista, a intensão é estudar seu desempenho para, num futuro próximo, viabilizar pontos de carregamento específicos em postos de gasolina, com energia pré-paga. "Acredito que, dependendo da autorização da Aneel, em 2010 já funcionem unidades piloto". Por enquanto o carregamento é feito em um ponto localizado em estacionamento dentro da Coelce. Sua bateria de lítio tem garantia de fábrica de oito anos, desde que seguidas as orientações para carregamento inicial e recarregamento. No manual a observação: não se pode deixar a bateria ficar totalmente sem carga. Outro detalhe, é preciso colocar regularmente água destilada na bateria, e uma luz no painel indica a necessidade. A recarga é feita em qualquer tomada de 15 amperes e um adaptador faz com que o carro possa ser recarregado em tomadas de 127 v ou 220 v. Durabilidade A vida útil da bateria é de 3 a 5 anos ou 600 ciclos de carga, o equivalente a cerca de 50 mil km. Em duas horas e meia, 80% de suas baterias já estão recarregadas. A garantia total do carro e de suas peças é de um ano. O carro elétrico é a resposta da indústria automotiva para os ecologistas, que apontavam os carros como os principais vilões do aquecimento global. Agora o meio ambiente não sofrerá tanto com as emissões poluentes.ANDRÉ MARINHO EDITORO NÚMERO 7 vezes mais econômico que um motor a combustão, as baterias têm a capacidade de carga rápida de 3 horas, para uma autonomia de 60 kmFICHA TÉCNICA Motor: Elétrico Potência: 47 watts (8 cv) Consumo: 6,5 km/kwatt/h (1 kwatt/h custa 0,40 centavos) Autonomia: 80 km Velocidade máxima: 80 km/h Preço: US$ 12 mil (+ imposto de importação de 35%)= US$ 16.200,00 Fonte: Coelce


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