segunda-feira, 29 de junho de 2009

A implantação da Coleta Seletiva no Brasil ainda é incipiente. São poucos os municípios que já a implantaram, como reconhecível nos dados da Pesquisa

Cenário da Coleta Seletiva no Brasil

Da redação do Ambiente Brasil

A implantação da Coleta Seletiva no Brasil ainda é incipiente. São poucos os municípios que já a implantaram, como reconhecível nos dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, do IBGE, mas dados mais recentes mostram que este número vem se ampliando.

Para traçar um breve cenário da situação atual da Coleta Seletiva no Brasil, pode-se dizer que:

• 7% dos municípios têm programas de coleta seletiva (CEMPRE, 2008)

Embora o número de municípios seja, ainda, relativamente pequeno, são os maiores que adotam esta prática. De tal forma que estes representam aproximadamente 14% da população. Isto quer dizer que:

• 405 municípios, com 26 milhões de habitantes, praticam a coleta seletiva.

Destes municípios 2% se localizam no Norte do país; 4% no Centro Oeste; 11% no Nordeste; 35% no Sul e 48% no Sudeste.

A experiência desses municípios permite afirmar que a composição dos resíduos geralmente denominados secos e que podem ser reciclados é aproximadamente como indicada abaixo.

Material

% da Composição

Alumínio

1

Longa Vida

3

Diversos

3

Metais

9

Vidros

10

Rejeito

13

Plásticos

22

Papel e Papelão

39

Entretanto, na maioria dos casos, as soluções adotadas ainda são bastante onerosas.

• O custo médio da coleta seletiva é cinco vezes maior que o da coleta convencional,numa proporção de R$ 376 x R$ 73

Esta relação poderá ser alterada desde que se implante um modelo operacional adequado às nossas condições sociais. O quadro seguinte compara os resultados obtidos em dois modelos diferentes de gestão e operação da coleta seletiva. Como se vê, diferentes formas de operação da coleta seletiva podem trazer também resultados bastante diferenciados com relação aos custos da atividade e, como conseqüência, à extensão da parcela dos resíduos que podem ser objeto desta ação.

Dados CEMPRE 2006 - SNIS 2005

Média 4 Importantes Capitais

Londrina - PR

% da População Atendida

70

100

Custo da Coleta (R$/ ton)

450

37

Total Coletado (ton / mês)

1635

2600

Relação entre total da col. Sel. e Resíduos Domiciliares

3%

21,80%

Pode-se dizer que as principais dificuldades encontradas pela grande maioria dos municípios são as seguintes:

• informalidade do processo - não há institucionalização

• carência de soluções de engenharia com visão social

• alto custo do processo na fase de coleta

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Jericoacoara

Ficou pronto o projeto de engenharia do Aeroporto Internacional de Jericoacoara, que será construído - como esta coluna antecipou - no vizinho município de Cruz, em um terreno plano, já escolhido, medindo 3.200 metros de comprimento por 750 metros de largura. O projeto inclui a pista de 3 mil metros - maior do que a do Aeroporto Pinto Martins, de Fortaleza - e a estação de passageiros, que é cópia da do aeroporto de Aracati, em construção. O secretário da Casa Civil, Arialdo Pinho, espécie de gerentão do Governo cearense, confirma outra informação desta coluna: a Prefeitura de Cruz já providencia a doação legal do terreno ao Governo do Estado.


Fonte: Jornal Diário do Nordeste 24/06/09

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Semana estimula preservação

A ocupação irregular das áreas de preservação permanente (APP) do Estado são apontadas, atualmente, como o maior problema ambiental enfrentado tanto na Capital quanto no Interior. O assunto foi destaque, ontem, na abertura da Semana Nacional do Meio Ambiente, que segue até o próximo dia 7.

As famílias residentes às margens dos rios e lagoas, consideradas regiões de risco, com a ocupação irregular, acabam desmatando a vegetação nativa. A ausência da mata ciliar, que ocorre nas margens de rios e mananciais, entre muitos problemas, causa a escassez da água e faz com que a água da chuva escoe sobre a superfície, não permitindo sua infiltração e armazenamento no lençol freático. Com isso, reduzem-se as nascentes, os córregos, os rios e os riachos.

A erosão e o assoreamento também são frutos do desmatamento dessa vegetação nativa, pois a mata ciliar é uma proteção natural contra o assoreamento. Sem ela, a erosão das margens leva terra para dentro do rio, tornando-o barrento e dificultando a entrada da luz solar.

Para tal problema, o superintendente da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), Hebert de Vasconcelos Rocha, diz que a meta do Governo é proteger 25% destes territórios através de decretos de criação. Com prioridade para as 23 unidades estaduais de conservação ambiental.

“Temos um projeto de revitalização das APPs, um deles é o do Rio Maranguapinho. Além disso, a Semace tem como meta a recuperação da mata ciliar. Para tanto, somente este ano já distribuímos mais de 100 mil mudas entre as prefeituras que nos apresentaram projetos de recuperação desta vegetação”, diz Hebert.

Este ano, a Semace adotou como tema da Semana do Meio Ambiente o “Consumo Consciente”, onde através de palestras na Capital e Interior, o governo utilizará o conceito dos R’s (repensar, reduzir, reutilizar e reciclar), focando as escolhas de consumo e a necessidade de saber bem o que comprar, definindo a melhor maneira de usar e descartar o que não serve mais para reaproveitar.

“Essa atitude é um alerta para os cidadãos em relação ao consumo de determinados produtos. Uma sensibilização para a demanda”, diz Hebert.

Cartilhas educativas

Os Comitês de Bacia Hidrográfica do Acaraú e Coreaú estão lançando as Cartilhas Infantis de Educação Ambiental. Em Coreaú, o lançamento aconteceu ontem no 1º Seminário Regional de Resíduos Sólidos da Bacia do Coreaú, no Centro Pastoral Santa Clara de Assis. Contou com representantes municipais e instituições de 17 municípios da região. Já a Cartilha do CBH- Acaraú será lançada hoje, em Massapê, e tem como tema o açude federal, situado na comunidade de Ipaguassu Mirim.

As cartilhas indantes ensinam as crianças lições divertidas sobre educação ambiental

Defesa Civil entrega lista de municípios

Defesa Civil estadual busca articular com a União agilidade para a liberação de verbas em caráter emergencial

Fortaleza. O coordenador da Defesa Civil estadual, coronel João Vasconcelos, esteve, ontem pela manhã, na Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), em Brasília, para entregar a documentação dos municípios mais atingidos pelas chuvas no Ceará. O prazo para o envio da Notificação Preliminar de Desastres (Nopred), do Relatório de Avaliação de Danos (Avadan) e do plano de trabalho para utilização dos recursos terminou na última sexta-feira. Na ocasião, também foi encaminhado o Plano de Trabalho Estadual para a União.

No total, 121 municípios que decretaram emergência no Estado encaminharam a documentação dentro do prazo estabelecido. Juntas, as cidades atingidas devem receber um montante de R$ 88 milhões, que serão liberados pelos governos Federal (R$ 80 milhões) e Estadual (R$ 8 milhões) diretamente para as prefeituras.

Os municípios cearenses contemplados devem utilizar os recursos emergenciais para obras de infra-estrutura, como recuperação de estradas e prédios públicos, além de construção de casas destruídas pelas águas das chuvas.

Por telefone, o coordenador da Defesa Civil disse que, durante a entrega da documentação, iria discutir o andamento dos processos. O objetivo é tentar agilizar o envio dos recursos para as cidades atingidas pelas enchentes.

Rigor no repasse

A decretação da situação de emergência nos municípios cearenses atingidos pelas cheias não depende apenas da quantidade de chuva que caiu nessas regiões. A afirmação é do coronel Leandro Nogueira, coordenador executivo adjunto da Defesa Civil do Estado, que disse ainda que o recebimento de recursos emergenciais depende de vários outros aspectos a serem detalhados pela documentação enviada à Defesa Civil estadual.

“Para que o município possa decretar a situação de emergência, é preciso levar em conta aspectos como danos materiais e humanos causados pela chuva, prejuízos ao funcionamento de serviço essenciais como Saúde e Educação, entre outros. Os estragos por enchente dependem não apenas da quantidade de água que caiu, mas da dinâmica da chuva: se as precipitações atingem áreas com grande concentração de pessoas, se caem com muita intensidade em locais como estradas ou zonas urbanas”, explica o coronel Leandro Nogueira. Quando o município decreta situação de emergência e este é aceito pela Defesa Civil, ele fica autorizado a fazer contratos sem licitações. O decreto também viabiliza a liberação de recursos para agilizar a recuperação dos estragos.

Ele garante que os municípios a serem contemplados por recursos e autorização de contratos emergenciais passam por uma avaliação rigorosa tanto pela Defesa Civil do Estado quanto pela Sedec, para que eles possam ter direito a todas essas prerrogativas.

“Nós fazemos uma análise rigorosa da documentação enviada pelas prefeituras. Além disso, o Governo Federal fiscaliza como os recursos estão sendo aplicados. Anexo ao processo para decretar emergência, é preciso enviar uma série de provas documentais, como fotografias e vídeos das áreas atingidas, matérias realizadas pela imprensa, localização por GPS, nome dos proprietários de imóveis destruídos pela enchente. Tudo é feito com muito rigor”, complementa.

Durante a reunião ocorrida no último dia 26 de maio com prefeitos cearenses de municípios atingidos, o governador Cid Gomes já havia alertado os gestores municipais que haveria um acompanhamento rigoroso da utilização da verba emergencial.

FIQUE POR DENTRO

Boletim da Defesa Civil registra 89 municípios

A Defesa Civil só divulgará os 121 municípios depois da avaliação da Sedec. Até o fechamento desta edição, o órgão listava 89: Acaraú, Acopiara, Alto Santo, Amontada, Aracati, Aratuba, Apuiarés, Barbalha, Barroquinha, Beberibe, Bela Cruz, Boa Viagem, Chaval, Canindé, Capistrano, Cascavel, Cariré, Caridade, Cedro, Choró, Chorozinho, Coreaú, Crateús, Cruz, Ererê, Frecheirinha, Granja, General Sampaio, Ibaretama, Ibiapina, Ibicuitinga, Icó, Iguatu, Ipu, Iracema, Irauçuba, Itaiçaba, Itapajé, Itapiúna, Itapipoca, Itarema, Itatira, Jaguaretama, Jaguaribe, Jaguaruana, Limoeiro do Norte, Madalena, Mombaça, Marco, Massapê, Meruoca, Milhã, Miraíma, Morada Nova, Moraújo, Morrinhos, Novo Oriente, Nova Russas, Ocara, Pacoti, Pacujá, Palhano, Palmácia, Paramoti, Pentecoste, Piquet Carneiro, Potiretama, Quixelô, Quixeramobim, Quixeré, Redenção, Reriutaba, Russas, São Gonçalo do Amarante, São João do Jaguaribe, São Luiz do Curu, Santana do Acaraú, Santana do Cariri, Santa Quitéria, Sobral, Tabuleiro do Norte, Tamboril, Tejuçuoca, Tianguá, Uruburetama, Ubajara, Uruoca, Varjota e Viçosa do Ceará.

Mais informações:

Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec)
Coronel João Vasconcelos
(85) 3101.4600
http://www.defesacivil.ce.gov.br

KAROLINE VIANA
Repórter

O ser humano deixa marcas

Às vésperas do Dia Mundial do Meio Ambiente, no lugar de comemoração, reflexão e mudança de estilo de vida

Depois de amanhã é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, uma boa oportunidade para a promover uma reflexão sobre o papel de cada um em relação à garantia das condições de vida às gerações futuras. E você? Já parou para pensar que seu estilo de vida deixa marcas no meio ambiente que podem ser maiores ou menores, de acordo com suas escolhas? Quanto mais consumimos, maiores marcas deixamos no planeta.

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A expressão “pegada ecológica” é uma tradução do Inglês “ecological footprint” e refere-se, à quantidade de terra e água necessária para sustentar as gerações atuais, tendo em conta todos os recursos materiais e energéticos gastos por uma determinada população. O termo foi primeiramente usado em 1992, pelo professora canadense William Rees, da University of British Columbia. Em 1995, Rees e o co-autor, Mathis Wackernagel, publicaram o livro “Our Ecological Footprint: Reducing Human Impact on the Earth”.

A “pegada ecológica” pode ser usada para medir e gerenciar o uso de recursos através da economia ou para explorar a sustentabilidade do estilo de vida de indivíduos, produtos e serviços, organizações, setores industriais, vizinhanças, cidades, regiões e nações.

Exatamente por estar relacionada aos padrões de consumo, a “pegada ecológica” de uma população tecnologicamente avançada é, em geral, maior do que a de uma população subdesenvolvida.

Para calcular as pegadas foi preciso estudar os vários tipos de territórios produtivos (agrícola, pastagens, oceanos, florestas, áreas construídas) e as diversas formas de consumo (alimentação, habitação, energia, bens e serviços, transporte e outros). As tecnologias usadas, os tamanhos das populações e outros dados, também entram nessa conta.

Cada tipo de consumo é convertido, por meio de tabelas específicas, em uma área medida em hectares. Além disso, é preciso incluir as áreas usadas para receber os detritos e resíduos gerados e reservar terra e água para a própria natureza, ou seja, para os animais, as plantas e os ecossistemas onde vivem, garantindo a manutenção da biodiversidade.

A “pegada ecológica” foi criada para ajudar-nos a perceber o quanto de recursos naturais utilizamos para sustentar o nosso estilo de vida, o que inclui a cidade e a casa onde moramos, os móveis que temos, as roupas que usamos, o transporte que utilizamos, aquilo que comemos, o que fazemos nas horas de lazer, os produtos que compramos.

Resumindo: a “pegada ecológica” de um país, uma cidade ou uma pessoa, corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e de mar necessárias para gerar produtos, bens e serviços que sustentam determinados estilos de vida. Em outras palavras, é uma forma de traduzir, em hectares, a extensão de território que uma pessoa ou toda uma sociedade “utiliza” , em média, para se sustentar.

O movimento das ecovilas constitui um exemplo de como reduzir a “pegada ecológica” de um indivíduo, família ou comunidade. Nele é possível integrar harmonicamente vida social, econômica e cultural a um padrão de vida sustentável em todos sentidos. Começando pelo tipo de materiais de construção, redefinição de padrões de consumo e o ato de compartilhar e cooperar com as pessoas ao redor, atitudes coletivas que podem diminuir muito o impacto individual.

Insustentável

Se todos no mundo adotassem o mesmo padrão de consumo das classes A e B brasileiras, seriam necessários três planetas Terra para repor os recursos naturais utilizados. Segundo o relatório Planeta Vivo, da Rede WWF, a população mundial já consome, em média, 25% a mais do que a Terra é capaz de repor.

No ano passado, a organização não-governamental (ONG) WWF-Brasil divulgou pesquisa, realizada em parceria com o Ibope, que reúne dados sobre os hábitos de consumo do brasileiro. O objetivo foi identificar tendências de comportamento e qualidade de consumo do nosso povo e os impactos que esses padrões geram sobre o meio ambiente e, também, identificar avanços para um consumo consciente da sociedade brasileira.

A pesquisa traz informações valiosas, inclusive para orientar as políticas públicas de transportes, tratamento de resíduos sólidos e energia, por exemplo.

Dados sobre o comportamento do brasileiro em casa com relação à destinação do lixo, uso de energia elétrica, água; além de hábitos de consumo em supermercados e alimentação; e tipo de domicílio, número de pessoas vivendo sob o mesmo teto, etc. são dicas importantes para o planejamento das cidades e dos modelos de produção e desenvolvimento adotados no País.

Irineu Tamaio, coordenador do Programa Educação para Sociedades Sustentáveis, do WWF-Brasil, explica que o País tem crédito ecológico, o que significa recursos suficientes para atender nossas demandas: “Entre países credores e devedores, estamos entre os credores. Mas, se 6 bilhões de habitantes consumissem como nós , precisaríamos de um planeta e mais um quarto, ou seja, de mais 25%”.

Ele acrescenta que a América do Sul, nos últimos 30 anos, foi o continente que mais degradou: “Se continuarmos neste ritmo, corremos um risco sério de entrar em colapso até 2040”. Neste sentido, a maior pegada do Brasil está no desmatamento e nas queimadas.

Como aspecto positivo da pesquisa, divulgada no ano passado com dados até 2005, Tamaio ressalta o crescimento da reciclagem, embora a concentração da destinação/tratamento adequado do lixo esteja concentrado nas regiões Sudeste e Sul. “O Nordeste tem o pior desempenho em relação à reciclagem no País”, afirma.

Outro avanço apontado na pesquisa é o do consumo consciente, incluindo mudanças em grandes redes de supermercados, que já disponibilizam produtos orgânicos, por exemplo.

Tamaio alerta, no entanto, que não adianta apagar a luz, desligar a torneira se não for considerado o aspecto coletivo e, para isso, a macro-estrutura do governo é fundamental: “É preciso também que o indivíduo questione se na sua cidade tem ciclovia, que destino é dado ao lixo, como é o transporte público, se o governo estimula o consumo de produtos da agricultura familiar. É importante pensar em políticas públicas. O governo só vai se posicionar se o consumidor exigir”, afirma.

O Brasil está numa encruzilhada ambiental e muitas vezes atribuímos, paradoxalmente, à coletividade, uma responsabilidade que não adotamos para as nossas vidas.

Mais informações:
www.wwf.org.br/pegadaecologica
www.pegadaecologica.org.br
www.footprintnetwork.org
www.myfootprint.org

FIQUE POR DENTRO
Pegadinha também para o Poder público

Verifique se o município onde você mora faz tratamento adequado dos resíduos sólidos (lixo) e líquidos (esgoto). Em caso negativo, vale mobilizar a comunidade para exigir a aplicação de uma gestão ambiental adequada às necessidades locais, incluindo a coleta seletiva.

Você pode incentivar o poder público a promover campanhas educativas em relação ao uso consciente dos recursos naturais e pode demandar que o sistema de transporte público seja melhor e mais eficiente.

Pesquise os rios, córregos e lagos formadores da bacia hidrográfica que abastece a sua cidade. Fique atento ao fato de que as áreas de mananciais (produtoras de água) precisam ser conservadas para que a água chegue à sua e às demais torneiras em qualidade e quantidade adequadas.

Fonte: Pegada Ecológica: que marcas queremos deixar no planeta?

Maristela Crispim
Repórter